Boletim covid-19: novas variantes e vacinação no Brasil
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) disponibilizou a edição de Junho do Boletim Covid-19, que mostra dados sobre como a pandemia está afetando o setor da saúde suplementar. O boletim é realizado desde o início da crise sanitária, com a Agência monitorando o comportamento e a evolução do setor de planos de saúde durante esse período.
Foram reunidas informações como indicadores assistenciais e econômico-financeiros, evolução do número de beneficiários dos planos de assistência médica, número de exames relacionados ao coronavírus realizados por usuários dos planos de saúde e a demanda de consumidores nos canais de atendimento da ANS.
Compilamos os detalhes sobre essas e outras informações em relação ao avanço da pandemia no Brasil, como o andamento da vacinação e esclarecimentos sobre novas variantes:
Exames relacionados à Covid-19
Segundo a ANS, em março de 2021 foram realizados 534.481 exames RT-PCR e 83.834 testes do tipo sorológico. Os exames RT-PCR registraram um aumento em relação a janeiro deste ano, que apontava queda em comparação com os meses anteriores.
Vale ressaltar que os números podem sofrer alteração, já que exames ocorridos em certo mês podem ser cobrados das operadoras nos meses seguintes.
Informações assistenciais
A taxa mensal de ocupação de leitos no mês de maio — tanto os de supervisão médica/enfermagem, quanto UTI (Unidade de Terapia Intensiva) — sofreu um pequeno aumento em relação ao mês anterior, passando de 72% para 74%, mas ainda abaixo dos 76% observados antes da pandemia, no mesmo período do ano de 2019. Enquanto isso, a taxa de ocupação de leitos específicos para a Covid-19 continuou estável em comparação ao mês de abril, passando de 72% para 73%.
O número de consultas em prontos-socorros que não se transformaram em internações registrou aumento em relação ao mês anterior, mas ainda abaixo do observado no mesmo período antes da pandemia. Já a procura por exames e terapias eletivas demonstrou números parecidos àqueles analisados em maio de 2019.
Segundo o boletim, não houve aumento do uso de serviços de saúde nos primeiros meses de 2021 quando comparado a 2019; observando, assim, que alguns números permaneceram estáveis, enquanto outros registraram queda.
Demanda dos consumidores
No âmbito das reclamações específicas sobre o coronavírus, foram registradas 1.280 reclamações NIP (Notificação de Intermediação Preliminar), em contrapartida das 1.325 reclamações no mês de abril.
Do total dessas reclamações relacionadas a Covid-19, 38% tratavam-se das dificuldades para realização de exames e tratamento, 48% dizem respeito a outras assistências afetadas pelo período de pandemia e 14% são reclamações sobre temas não assistenciais, como contratos e regulamentos.
No geral, através desse novo boletim, ainda é possível dizer que o uso de planos de saúde é menor do que no período pré-pandemia.
Como está o andamento da vacinação no país?
Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, mais de 12% dos brasileiros receberam as duas doses ou a dose única de vacinas contra o coronavírus. São 25.556.540 de brasileiros vacinados com duas doses de uma vacina e 431.106 pessoas que receberam vacinas de dose única, totalizando quase 26 milhões de doses aplicadas (mais especificamente, 25.987.646 doses).
Já a primeira dose foi aplicada em 34,25% da população, um total de 72.534.656 pessoas. Somando as duas doses e as doses únicas, já são 98.552.302 vacinas aplicadas.
Os estados que lideram o ranking da vacinação são: Mato Grosso do Sul (40,67% com a primeira dose, 17,05% com a segunda e 17.089 pessoas foram vacinadas com a dose única), Rio Grande do Sul (40,44% vacinados com a primeira dose, 16,25% com a segunda e 36.592 pessoas que tomaram a dose única) e São Paulo (40,24% com a primeira dose, 13,61% com a segunda e 150.532 pessoas vacinadas com a dose única), respectivamente.
Acompanhe o total de vacinados e o percentual em relação à população de cada estado, segundo os governos dos mesmos:
- AC: 1ª dose - 251.187 (28,08%); 2ª dose - 74.386 (8,32%)
- AL: 1ª dose - 978.200 (29,19%); 2ª dose - 349.732 (10,34%); dose única: 5.648
- AM: 1ª dose - 1.391.230 (33,06%); 2ª dose - 541.880 (12,88%)
- AP: 1ª dose - 188.938 (21,92%); 2ª dose - 66.138 (7,68%); dose única: 52
- BA: 1ª dose - 4.821.195 (32,29%); 2ª dose - 1.830.420 (12,86%); dose única: 90.240
- CE: 1ª dose - 3.117.845 (33,94%); 2ª dose - 1.082.632 (12,09%); dose única: 27.879
- DF: 1ª dose - 966.178 (31,62%); 2ª dose - 338.288 (11,54%); dose única: 14.281
- ES: 1ª dose - 1.557.438 (38,32%); 2ª dose - 543.793 (13,95%); dose única: 23.143
- GO: 1ª dose - 2.260.984 (31,78%); 2ª dose - 712.649 (10,02%)
- MA: 1ª dose - 2.297.273 (32,29%); 2ª dose - 620.898 (8,77%); dose única: 3.162
- MG: 1ª dose - 6.971.415 (32,74%); 2ª dose - 2.682.026 (12,6%)
- MS: 1ª dose - 1.142.627 (40,67%); 2ª dose - 461.969 (17,05%); dose única: 17.089
- MT: 1ª dose - 926.558 (26,28%); 2ª dose - 322.429 (9,17%); dose única: 786
- PA: 1ª dose - 2.619.707 (30,14%); 2ª dose - 1.135.148 (13,06%)
- PB: 1ª dose - 1.224.073 (30,3%); 2ª dose - 508.531 (12,64%); dose única: 2.219
- PE: 1ª dose - 3.044.157 (31,66%); 2ª dose - 1.067.602 (11,39%); dose única: 28.190
- PI: 1ª dose - 972.363 (29,63%); 2ª dose - 339.514 (10,39%); dose única: 1.377
- PR: 1ª dose - 4.265.847 (37,04%); 2ª dose - 1.319.713 (11,6%); dose única: 15.810
- RJ: 1ª dose - 4.772.249 (27,48%); 2ª dose - 1.768.420 (10,18%)
- RN: 1ª dose - 1.133.391 (32,07%); 2ª dose - 408.834 (11,57%)
- RO: 1ª dose - 471.915 (26,27%); 2ª dose - 155.076 (8,63%)
- RR: 1ª dose - 150.783 (23,89%); 2ª dose - 64.590 (10,23%)
- RS: 1ª dose - 4.619.559 (40,44%); 2ª dose - 1.819.906 (16,25%); dose única: 36.592
- SC: 1ª dose - 2.574.800 (35,5%); 2ª dose - 813.684 (11,22%)
- SE: 1ª dose - 756.794 (32,64%); 2ª dose - 236.511 (10,6%); dose única: 9.222
- SP: 1ª dose - 18.627.631 (40,24%); 2ª dose - 6.147.221 (13,61%); dose única: 150.532
- TO: 1ª dose - 429.119 (26,98%); 2ª dose - 144.426 (9,39%); dose única: 4.884
Vacinação na rede privada
Cem dias depois da aprovação do projeto de lei que permitiu a compra de vacinas pela iniciativa privada para que empresas pudessem vacinar seus funcionários, com o acordo de que 50% das vacinas adquiridas pelo setor seriam direcionadas ao SUS (Sistema Único de Saúde), a medida se mostrou ineficaz.
Mesmo após grandes empresários prometerem 10 milhões de doses, o SUS ainda não recebeu nenhuma vacina do setor privado. O único órgão que enviou as vacinas ao SUS foi o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que adquiriu as doses para imunizar os atletas que disputam as Olimpíadas de Tóquio. O Sistema Único de Saúde conseguiu 12 mil doses da Coronavac e 4 mil da Pfizer.
As novas variantes afetam a vacinação?
Após as descobertas de novas variantes da Covid-19 no país ao longo deste ano, a preocupação em relação à eficácia das vacinas contra elas aumentou. As variantes que causam mais apreensão são, no momento, a Alpha (B.1.1.7), identificada no Reino Unido, a Beta (B.1.351), detectada na África do Sul, a Delta (B.1.617.2) que surgiu na Índia e a brasileira P.1 (Gamma), localizada pela primeira vez em Manaus e com grandes índices de circulação no país.
As variantes preocupam, principalmente, por sua alta taxa de transmissão e pelo aparente aumento da gravidade dos casos de indivíduos afetados por elas, considerando que suas diferenças genéticas em relação à cepa original podem resultar na dificuldade de detecção em testes e exames para o coronavírus em alguns casos.
Segundo cientistas, algumas das melhores maneiras de frear a disseminação dessas variantes e evitar o surgimento de outras são as mesmas desde o começo da circulação da cepa original: impedir a circulação do vírus com medidas de distanciamento e isolamento social, uso correto de máscaras e higiene das mãos.
Ademais, para os pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o mais importante para que tanto a cepa original quanto as novas parem de se disseminar é a vacinação. Ela continua eficaz contra as novas variantes identificadas, e só será afetada caso ocorra uma alteração significativa nas proteínas da superfície do vírus, já que assim os nossos anticorpos não seriam capazes de reconhecer essas proteínas e de neutralizar o vírus.
Portanto, até que a vacinação em massa não seja atingida mundialmente, o melhor a se fazer é continuar com os cuidados individuais e coletivos, como o uso de máscaras (saiba mais sobre as máscaras PFF2/N95), distanciamento social e higienização constante das mãos e do ambiente.