Envelhecimento da população e planos de saúde

Desirée Vilas Boas
18/8/2022

Quando falamos em expectativas para o futuro da saúde suplementar, o envelhecimento da população é tido como um dos grandes desafios com os quais as operadoras dos planos de saúde terão que lidar a longo prazo.

Porém, mesmo sendo uma visão que parece estar muito longe, esse é um momento que chegará gradualmente - a nossa população não irá envelhecer, ela já está envelhecendo.

Pelo menos é isso que mostrou o Panorama dos Idosos Beneficiários de Planos de Saúde no Brasil. Segundo o estudo do IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar), houve um crescimento percentual muito significativo de beneficiários nas faixas etárias acima dos 60 anos nos planos de saúde. Beneficiários com 80 anos ou mais foram de 422,7 mil em 2002 para 1,2 milhão em março de 2022, um crescimento de 194%.

Mas por que o envelhecimento da população é um problema para os planos de saúde? Como o setor pode se preparar para uma realidade em que idosos serão, se não a grande maioria, uma boa porção dos beneficiários dos planos de saúde? Continue lendo para descobrir!

Por que idosos pagam mais no plano de saúde?

Essa é uma questão muito recorrente entre os beneficiários dos planos de saúde, principalmente aqueles com pouco contato ou conhecimento profundo sobre o setor. O plano de saúde cobre parte, ou toda a despesa (dependendo do plano contratado) com procedimentos como consultas, exames, terapias, entre outros. Idosos são mais suscetíveis a ter problemas de saúde mais graves e de maneira mais frequente, e consequentemente configuram entre os maiores utilizadores do convênio.

Portanto, já que eles fazem um maior uso do plano de saúde e gastam mais em procedimentos mais complexos, a mensalidade aumenta.

Um estudo da UFRJ, em parceria com o IBGE, a Fiocruz e a ANS, descobriu que do total de pessoas que pagam por planos de saúde no Brasil, idosos com 60 anos ou mais representam 38,4% da parcela que gasta mais de 40% da renda com os convênios.

A partir de dados divulgados pela Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, gastos superiores a 40% em planos de saúde foram observados em mais de 600 mil pessoas com 59 anos ou mais.

Como o setor pode se preparar para o envelhecimento gradual da população?

Embora muito se fale sobre um “futuro” a longo prazo acerca do envelhecimento da população e dos usuários dos planos de saúde, dados que mencionamos acima mostram que essa situação já é uma realidade e está vindo de maneira progressiva.

O setor da saúde suplementar já precisa se preparar para essa realidade antes que o mercado se sobrecarregue economicamente. Para isso, a gestão de saúde com foco em prevenção e bem-estar deve se tornar uma prioridade.

A medicina preventiva se provou como uma maneira efetiva para aumentar a qualidade de vida da população e diminuir os gastos com o plano de saúde. Ainda vivemos em uma cultura na qual o cuidado com doenças é o mais comum, mas ações assertivas podem, aos poucos, mudar o pensamento da população em geral.

Mesmo algo tão simples como o incentivo à prática regular de exercícios físicos e à reeducação alimentar pode fazer toda a diferença. Até mesmo encorajar a procura por exames e consultas de check-up, procedimentos que têm um menor custo, pode diminuir o impacto dos usuários no sinistro do plano de saúde.

Focar na prevenção é garantir que as gerações atuais envelheçam com a saúde em boa forma e precisem procurar serviços médicos e utilizar o convênio com menos frequência, evitando o colapso do mercado e aumentando a qualidade de vida da população ao mesmo tempo.

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