O papel da tecnologia na saúde suplementar

Desirée Vilas Boas
10/12/2020

A tecnologia tem protagonizado grandes mudanças em todos os setores do mercado, incluindo a saúde suplementar.

Através de soluções digitais, inteligência artificial e tantas outras ferramentas que utilizam a tecnologia como seu principal elemento, a saúde conta com o avanço da ciência para vencer barreiras. Assim, entrega uma proposta de valor cada dia mais concreta para pacientes e profissionais do ramo.

Para explicar um pouco mais sobre os impactos da tecnologia na saúde suplementar, precisamos entender alguns pontos principais sobre o setor.

Cenário

Atualmente, cerca de 47.1 milhões de brasileiros são beneficiários de planos de saúde. Deste número, mais de 31.8 milhões utilizam o plano de saúde coletivo empresarial. Estes números apresentaram uma queda de 5,8%  desde 2014, sob a influência do desemprego e da crise econômica que se alastrou pelo país. 

Com essa redução, a saúde suplementar sofreu uma modificação em sua cartela de clientes:

A mudança de perfil dos beneficiários contribuiu para algumas mudanças no setor. Dessa forma, o volume de procedimentos médicos de assistência hospitalar disparou, atingindo o marco de 1,3 bilhões em 2017.

Quando analisamos este cenário no ano de 2020, em meio à pandemia do COVID-19, nos deparamos com um aumento significativo de procedimentos. Dentre eles, internações e consultas emergenciais.

Como utilizar a tecnologia na saúde suplementar como aliada?

Entre os desafios enfrentados pelo setor, destaque para os três que mais impactam no trabalho operacional e nos números gerados pelo segmento.:

  • Cenário da pandemia causada pelo coronavírus;
  • Dificuldade para organizar e analisar os dados;
  • Ausência de programas de medicina preventiva.

Entenda mais sobre esses desafios:

Análise de dados

O fator que implica na utilização de inteligência de dados para analisar situações e propor estratégias inteligentes está sendo suprido com o crescimento das health techs no Brasil, especialmente de soluções criadas para unificar todos os dados de saúde em um só lugar, como a Wellbe.

A inteligência de dados pode ser incorporada de diversas maneiras por planos de saúde, seguradoras e corretoras de saúde. Afinal, possibilita o mapeamento do perfil epidemiológico, gestão de risco, auditorias e acompanhamento de sinistros. Além disso, traz inúmeras outras funcionalidades desenvolvidas pelo mercado para auxiliar na gestão de saúde.

Olhando para esta questão em específico, é preciso compreender que o sistema de saúde suplementar brasileiro gera milhares de dados ricos diariamente. E esses dados que possuem o poder de nortear decisões importantes no setor.

Agrupando, lapidando e analisando os dados de forma correta, por meio de de uma tecnologia de big data e analytics, é possível otimizar os números do segmento. Além disso, é possível trabalhar em planejamentos estratégicos e estruturar um plano de crescimento saudável para essas empresas.

- Leia também: O que é uma Health Tech?

Medicina preventiva

Quando observamos o perfil dos beneficiários dos planos de saúde, nos deparamos com o crescimento contínuo da população mais velha na contratação de assistência médica.

Embora a maior parte dos beneficiários estejam nas empresas, através dos planos coletivos, o envelhecimento da população e o crescimento da longevidade no país já afeta diretamente o setor de saúde suplementar, principalmente ao considerarmos que 70% das pessoas idosas possuem doenças crônicas, o que eleva os gastos com procedimentos médicos.

Neste sentido, a medicina preventiva tem dois papéis muito importantes:

  1. Estimular uma longevidade mais saudável, fisicamente e psicologicamente;
  2. Trabalhar para a redução de custos com procedimentos médicos em todas as faixas etárias, especialmente nas empresas.

De forma geral, o papel da medicina preventiva é dedicar-se à prevenção de doenças, levando em consideração que os custos com prevenção são menores do que os custos com tratamentos, principalmente os de alta complexidade, como internações e afins.

Assim sendo, estruturar programas de promoção da saúde, tanto dentro das empresas quanto para toda a população é a melhor forma de garantir pessoas mais saudáveis e redução de custos com procedimentos médicos.

Dentro deste contexto, a tecnologia é uma aliada e abre um leque de possibilidades para a atuação da medicina preventiva.

Usando um software especializado, é possível colocar em prática diversas ações, por exemplo:

  • Fazer a gestão populacional;
  • Analisar as métricas e resultados;
  • Controlar a frequência de participação nos programas criados;
  • Disponibilizar atividades de forma digital, como campanhas de incentivo à atividade física ou a promoção de uma alimentação mais saudável.

Outras formas de utilizar a tecnologia na saúde suplementar

Além das ferramentas de medicina preventiva e do big data, existem outras tecnologias utilizadas pela saúde suplementar para garantir a otimização do setor e a inovação em todas as áreas da saúde, como, por exemplo, a telemedicina.

Em um cenário de pandemia mundial, a teleconsulta tornou-se um meio inteligente de garantir a segurança do paciente, especialmente aos que pertencem ao grupo de risco. Além disso, é uma forma de desafogar o sistema de saúde.

Através de uma consulta médica remota, realizada com total segurança por meio de um computador, tablet ou celular, é possível receber cuidados primários e contar com especialidades médicas, como cardiologia e neurologia. Dessa forma, caso identificada a necessidade de atendimento presencial, é feito um acordo entre médico, paciente e instituição de saúde.

A evolução da tecnologia e a expansão da inovação impacta positivamente o setor de saúde suplementar, que aprimora seus procedimentos e adequa-se constantemente para um novo cenário. Assim, decisões mais estratégicas são capazes de conectar os pontos de cuidado ao paciente e garantir um crescimento robusto para o segmento.

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