O que esperar do reajuste dos planos de saúde em 2023
O reajuste dos planos de saúde é sempre um assunto delicado. Alguns planos apenas recentemente aplicaram o reajuste de 15,5% para o segmento individual/familiar definido para o período de maio de 2022 até abril de 2023. Mesmo assim, já temos algumas expectativas para o reajuste dos planos de saúde em 2023/24.
Algumas instituições acabam fazendo projeções que consistem em cálculos a partir da análise de dados, do momento econômico, crescimento do mercado, entre outros. Entretanto, é importante ter em mente que elas podem estar equivocadas, já que se trata apenas de uma expectativa.
Dito isso, continue lendo para descobrir um pouco mais sobre o que esperar do reajuste dos planos de saúde em 2023!
Por que o reajuste dos planos de saúde foi tão alto em 2022?
Em maio de 2022, o público recebeu uma notícia estrondosa: os planos de saúde individuais/familiares poderiam ser reajustados em até 15,5% no período entre aquele mesmo mês e abril de 2023. Esse foi o maior teto de reajuste já anunciado pela ANS desde 2000, quando a agência reguladora foi fundada.
Muitos fatores foram incluídos nessa decisão: o boom da retomada dos procedimentos médicos após a flexibilização da pandemia, a crise econômica mundial que ocasionou uma alta na inflação, o VCMH (Variação de Custos Médico-Hospitalares), etc.
Embora esse índice seja aplicado apenas nos planos de contratação individual/familiar, sendo definido pela própria Agência Nacional de Saúde Suplementar, ele pode servir como um espelho de como está sendo a utilização dos planos de saúde no geral.
Quais são as expectativas para o reajuste dos planos de saúde em 2023?
Embora pareça cedo dizer, a esse ponto já temos algumas projeções, principalmente quando levamos em consideração que os resultados do setor em 2022 começaram a ser divulgados.
Uma das análises já divulgadas foi a do Citi, baseada nos números divulgados pela ANS relacionados aos primeiros nove meses do ano anterior e no IPCA de 5,79%. Segundo o grupo, o teto de reajuste deve chegar a 10%.
“Em nossa visão, a progressão no tíquete médio deve permanecer como o principal fator para aumentar margens no setor e destacamos a importância do teto não só para planos individuais mas como âncora para reajustes nos outros planos”, comentaram os analistas Leandro Bastos e Renan Prata ao Valor Econômico
O setor de saúde suplementar vem recebendo cada vez mais beneficiários; o mercado fechou 2022 com o recorde de 50,5 milhões de usuários ativos nos planos de saúde, o maior número em 8 anos. Apesar do crescimento constante, há outras preocupações assombrando as operadoras: o prejuízo de 3,4 bilhões de reais acumulado nos primeiros 9 meses do ano passado e a taxa de sinistralidade de 93,2%.
Um dos únicos índices que continua sendo um mistério é o VCMH. O último divulgado pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) foi em novembro de 2022, relacionado ao mês de março do mesmo ano, o qual chegou a 23%. Apesar da baixa comparada aos meses anteriores, a porcentagem continua sendo considerada alta.
E o reajuste dos planos de saúde coletivos, como vai ser?
Enquanto o reajuste dos planos de saúde individuais/familiares depende do cálculo feito pela ANS considerando o mercado inteiro, o reajuste dos planos de saúde coletivos são definidos em negociação entre a operadora de saúde e a empresa/organização contratante.
O reajuste dos planos coletivos vai depender também se a empresa contratante é PME ou uma grande empresa. Pequenas e médias empresas fazem parte de um pool de risco da operadora em questão, e o reajuste é definido a partir da análise de sinistro e utilização desse pool. Já as grandes empresas são apólices independentes e questões financeiras serão definidas a partir dos seus próprios números, como a taxa de sinistralidade (além de condições externas, como a inflação).