Panorama da saúde suplementar 2023

Desirée Vilas Boas
5/10/2023

O setor da saúde suplementar vem passando por altos e baixos. Com o bom momento na área dos planos de saúde odontológicos, os contínuos prejuízos acompanhados de pequenos sinais de recuperação na área médico-hospitalar. Dessa forma, dizer que este ano está sendo uma montanha-russa de emoções pode ser considerado um eufemismo.

Se alguma dessas notícias escapou da sua memória, não se preocupe! Neste artigo, vamos te ajudar a se lembrar de tudo que aconteceu na saúde suplementar durante o ano até o momento.

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Os planos de saúde odontológicos em 2023

Os planos de saúde exclusivamente odontológicos estão em alta. No 2º trimestre de 2023, foi alcançada a marca de mais de 31,4 milhões de beneficiários dentro da modalidade, 2 milhões a mais em relação ao 2º trimestre de 2022.

Financeiramente, as operadoras desses planos também estão indo bem: no primeiro semestre de 2023, foi registrado lucro de R$327,4 milhões, sem contar na sinistralidade dos planos odontológicos, que ficou em uma média de 38% no acumulado do ano.

Os planos de saúde médico-hospitalares em 2023

Este grupo de planos de saúde também não para de ganhar beneficiários, embora seu ritmo seja mais lento do que no caso dos planos odontológicos.

Em julho de 2023, o setor totalizou 50,7 milhões de usuários, mais de 900 mil novos beneficiários em relação ao mesmo período em 2022, um número que não era atingido desde 2014.

Boa parte deles vêm dos planos de saúde corporativos, mostrando como as empresas estão percebendo cada vez mais valor na oferta de um benefício tão importante quanto o convênio médico.

Os resultados financeiros da saúde suplementar em 2023

Segundo o Painel Econômico-Financeiro da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras de planos de saúde médico-hospitalares registraram um lucro líquido de R$2 bilhões de reais no primeiro semestre de 2023.

A sinistralidade acumulada em relação ao mesmo período em 2022 diminuiu de 88,8% para 87,9%, mas ela ainda está acima do limite técnico.

Outro ponto de atenção é que a saúde suplementar registrou um prejuízo operacional de R$4,3 bilhões que foi apenas compensado pelas aplicações financeiras, que atingiram R$5,9 bilhões. E, sim, essa não é uma boa notícia: um bom cenário seria com as operadoras sendo capazes de sustentar a própria operação, ao invés de depender de investimentos.

Uma análise da saúde suplementar em 2023

Todos esses dados indicam que o setor está se recuperando do que chamamos de demanda reprimida da pandemia ― quando os planos de saúde enfrentaram um boom em procedimentos após as vacinas contra a Covid-19 e o eventual fim da emergência em relação à doença. Entretanto, essa recuperação ainda não está no ritmo desejado.

Considerando as outras mudanças, como as novas atualizações do rol de procedimentos e a inclusão de medicamentos e procedimentos de alto custo nele, precisaremos esperar mais tempo para mensurar o impacto e observar se a recuperação continuará.

Por enquanto, é necessário que as operadoras invistam cada vez mais em inovação, na manutenção de um atendimento de qualidade aos usuários e em buscar por novas estratégias para criar um sistema sustentável a longo prazo.

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