Panorama geral da saúde suplementar 2019, 2020 e 2021
Dizer que a saúde suplementar enfrentou alguns desafios nos anos de 2019, 2020 e 2021 é quase um eufemismo. Entre o enfrentamento de uma pandemia, polêmicas no mercado e o boom nos gastos após a retomada de procedimentos, há muito que se analisar o que aconteceu nos últimos anos.
Tudo que ocorreu culminou numa montanha-russa, com o mercado tendo momentos bons e ruins dependendo do cenário. O número de vidas, por exemplo, aumentou mesmo no pico da Covid-19. O reajuste dos planos de saúde bateu recorde ao ser negativo pela primeira vez em 2021, para em 2022 bater outro recorde, dessa vez por ser o maior.
É por isso que elaboramos o WellReport #1 - Panorama geral da saúde suplementar 2019, 2020 e 2021, para você ver por si mesmo as mudanças que ocorreram no setor em um curto espaço de tempo.
A evolução do perfil sociodemográfico
Faixa etária
Mesmo que a faixa etária predominante nos planos de saúde seja a de 35-39 desde a regulamentação do setor e as primeiras coletas de dados, o maior crescimento percentual ficou na faixa dos 80+, demonstrando como a população está envelhecendo e a necessidade do mercado começar a pensar em melhores formas de atender este público.
É de senso comum que o plano de saúde fica mais caro à medida que o beneficiário envelhece, e um dos maiores gargalos do mercado de saúde suplementar gira em torno dos usuários dentro da terceira idade, já que são eles que fazem maior utilização do benefício. Portanto, é necessário desenhar estratégias para sustentar este amadurecimento iminente da população, para que todos sejam bem atendidos, ao mesmo tempo que o mercado não entre em colapso.
Sexo
Historicamente, mulheres são a maioria entre os beneficiários do plano de saúde. Em dezembro de 2021, já eram 25.959.456 de mulheres como beneficiárias nos convênios, contra 23.007.004 homens. Em termos de crescimento individual, entre março de 2019 e dezembro de 2021 a presença do sexo feminino nos planos de saúde cresceu 3,6%, enquanto a população do sexo masculino cresceu em 5%.
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Evolução dos custos
É notável como a despesa das operadoras de saúde vêm aumentando, enquanto sua diferença em relação à receita foi diminuindo. O caso em que a maior quantidade de receita entrou em relação à despesa foi no ano de 2020, durante o ponto alto da pandemia do coronavírus, no qual ocorreu grande crescimento em número de beneficiários, à medida que os gastos diminuíram. Entretanto, de 2020 para 2021, com a retomada de procedimentos eletivos, tivemos um crescimento em custos de mais de 40 bilhões de reais, algo que refletiu diretamente no reajuste dos planos de saúde individuais e familiares de 2022, que recebeu um teto de mais de 15%.
Em números exatos, temos:
- 2019
172.782.879.477 (despesa) x 207.583.098.415 (receita)
- 2020
165.804.381.668 (despesa) x 217.477.021.944 (receita)
- 2021
206.110.638.883 (despesa) x 239.204.543.067 (receita)