Impactos do coronavírus na saúde suplementar

16 fevereiro, 2021

A crise gerada pela pandemia do coronavírus causou diversas situações e incertezas nunca antes enfrentadas pela população, especialmente a brasileira. Os impactos do Covid-19 afetam todas as áreas de atuação e desencadeiam uma série de desafios para o setor de saúde suplementar.

O cenário atual aponta a urgência de desenvolver um sistema de saúde melhor para o futuro, com capacidade de proteger a população diante de crises e preservar o equilíbrio da economia. 

Pensando nisso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está fiscalizando e monitorando dados estatísticos, assistenciais e econômico-financeiros das operadoras de plano de saúde.

Os Boletins Covid-19 da ANS têm a intenção de contribuir com a tomada de decisões no enfrentamento da pandemia e avaliar a utilização e manutenção da rede assistencial, além de demonstrar a elevação de investimentos e a adequação das operadoras com os milhares de novos usuários devido à realidade atual.

Desafios do setor durante e pós-pandemia

Diante da emergência de saúde pública global, é inegável que conter a disseminação do coronavírus é uma prioridade para evitar o colapso do sistema de saúde suplementar. Por isso, é importante analisar quais são os principais efeitos da crise no setor, para que haja um preparo diante das implicações diretas e indiretas da crise. 

Distanciamento e Isolamento Social

Mesmo que necessária para conter a propagação do vírus, a quarentena traz resultados muito negativos na indústria, no comércio e na saúde econômica global. Uma das consequências mais expressivas disso é o medo que se instaurou entre a população. Por causa disso, muitos pacientes deixam de comparecer a ambulatórios e fazer o controle regular das mais diversas doenças por medo de se expor ao vírus, o que causa um provável aumento de casos no cenário pós-pandemia.

Em razão da urgência para manter o distanciamento, o Conselho Federal de Medicina (CFM) recomendou ao Ministério da Saúde que fosse regulamentado o uso da telemedicina em caráter excepcional, de forma que haja um mecanismo para atender pacientes sem contato físico. A medida foi publicada na portaria 467/2020, e inclui as operadoras de saúde.

Operadoras de Saúde

Segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em 2020 mais de 83% dos planos de saúde médico-hospitalares eram empresariais, o que gera preocupação geral devido à crescente taxa de desemprego, que representa um número cada vez menor de beneficiários com planos empresariais.

Sumariamente, isso significa que o setor de Saúde Suplementar deve enfrentar um longo período com maior nível de inadimplência, além de grande número na receita e na redução de usuários. Também é previsto que haja um encolhimento na carteira de operadoras, que sofrem com o abalo da desocupação gerada pela pandemia do coronavírus.

coronavírus na saúde suplementar

Pronto Atendimento

As unidades de pronto atendimento estão sofrendo uma redução de movimento constante. Um dos fatores que influenciam essa queda é o direcionamento de pacientes com AVC ou infarto agudo aos hospitais. Por se tratarem de fases avançadas das condições, perde-se a oportunidade de intervenção precoce.

Em razão deste cenário, é possível observar um aumento de morbidade e mortalidade, principalmente em doenças crônicas, o que resulta na sobrecarga de todo o sistema de saúde e causa elevação de custos, letalidade e consequências sociais a longo prazo por todo o país.

Acúmulo de custos e procedimentos

As operadoras de saúde são desafiadas diariamente com a grande demanda para internação nos casos de Covid-19, que têm um valor médio de R$ 8.972,00 sem UTI e até R$ 45.558,00 para casos em que a UTI é necessária. 

Além disso, o setor sofre com o atendimento assistencial de beneficiários, que muitas vezes deixam de procurar auxílio e têm o risco de somatizar condições que, com o contágio do coronavírus, podem ser fatais para o paciente. Assim, o sistema de Saúde Suplementar enfrenta despesas extraordinárias e a necessidade de novas estratégias para a manutenção do serviço médico-hospitalar.

Expectativas de melhoria para o futuro

Por conta de tantas mudanças e efeitos causados pela crise do coronavírus, todo o sistema de Saúde Suplementar está diante de um enorme desafio: manter o planejamento do setor e garantir o atendimento assistencial, mesmo com o constante recebimento de novas decisões liminares, requisições e determinações do setor regulatório.

Em meio a este cenário, a grande maioria das operadoras de saúde adotou diversos mecanismos para prestar o máximo de informações aos beneficiários em relação às mudanças de atendimento, além de orientar os procedimentos que precisam ser seguidos em caso de necessidade de atendimento emergencial relacionado ao Covid-19. 

Para facilitar o acesso de informação aos beneficiários, os Planos de Saúde também orientam a todos em relação aos processos de consulta, exame, cirurgia eletiva e atendimentos emergenciais que não têm relação com o vírus. Em sua grande maioria, as comunicações são feitas nos websites das operadoras de saúde, que também disponibilizam serviço online de Teleorientação para atender a todos os usuários.

Com todos os fatores mencionados em pauta, ainda é difícil prever como será o cenário da Saúde Suplementar na pós-pandemia, mas é evidente a evolução das operadoras com a implantação de novas tecnologias e inovações nos procedimentos de rotina para obter melhores resultados.

Para o futuro, o setor carrega inúmeras lições da crise atual: a telemedicina como aliada sustentável para a redução de procedimentos desnecessários, economia com custos de operação da Saúde Suplementar e a evolução do formato de relações entre paciente, médico, hospital e operadora.

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