Ecoansiedade: o que é e como lidar com a ansiedade climática?
Você já ouviu falar na ecoansiedade? Pois bem, nos últimos anos, a mudança climática se tornou um tópico central em discussões globais, não apenas pela sua importância ambiental, mas também pelo impacto psicológico que causa nas pessoas.
Dessa forma, um fenômeno que tem ganhado destaque é a ecoansiedade, também conhecida como ansiedade climática. Mas, afinal, o que é isso e como podemos lidar com essa sensação crescente de preocupação com o futuro do planeta? É sobre isso que falaremos aqui. Acompanhe!
O que é ecoansiedade?
A Associação Americana de Psicologia (APA) define ecoansiedade como "o medo crônico de uma condenação ambiental". Este sentimento pode ser desencadeado pela exposição a notícias sobre desastres naturais, aumento das temperaturas globais, extinção de espécies e outros eventos relacionados às mudanças climáticas.
Além disso, diferente da ansiedade “comum”, que pode ser desencadeada por diversas situações do dia a dia, a ecoansiedade está diretamente ligada às preocupações com o meio ambiente e o futuro da Terra.
Pessoas que sofrem com ecoansiedade frequentemente se sentem impotentes e sobrecarregadas pela magnitude do problema ambiental, muitas vezes se sentindo desmotivadas ou paralisadas pela ansiedade que isso causa.
Ecoansiedade em números
Em 2021 a revista científica The Lancet Planet Health publicou um artigo que contou com a participação de mais de 10 mil crianças e jovens (entre 16 e 25 anos) de dez países, incluindo o Brasil, em que revelou que a preocupação com as alterações climáticas era comum entre os entrevistados.
Aliás, de acordo com a pesquisa, 59% se diziam muito ou extremamente preocupados com as mudanças climáticas. Além disso, 89% estavam, pelo menos, moderadamente preocupados.
Outros dados relevantes também foram que:
- Mais de 45% dos entrevistados disseram que os seus sentimentos sobre as alterações climáticas afetaram negativamente a sua vida diária;
- 75% dos entrevistados disseram que pensam que o futuro é assustador;
- 83% afirmaram que acham que as pessoas falharam em cuidar do planeta.
Por fim, mais de 50% dos entrevistados relataram cada uma das seguintes preocupações:
- Tristeza;
- Raiva;
- Ansiedade;
- Culpa;
- Impotência.
Esses insights mostram que há uma necessidade de investigar de forma mais profunda o impacto emocional que as alterações climáticas têm sobre as pessoas. Principalmente nos jovens. Também, é importante que os sentimentos causados por essas mudanças sejam validados e tratados com a seriedade que merecem.
- Complemente a leitura com: Panorama da saúde mental no Brasil
Sintomas da ecoansiedade
Os sintomas da ecoansiedade podem variar de pessoa para pessoa, mas alguns dos mais comuns incluem:
- Preocupação excessiva com o futuro do planeta e das gerações futuras.
- Sentimentos de impotência em relação à capacidade de fazer diferença.
- Estresse e ansiedade generalizados.
- Distúrbios do sono, como insônia ou pesadelos relacionados a desastres ambientais.
- Fadiga e exaustão mental por conta da constante preocupação.
- Depressão e desmotivação para atividades diárias.
Quem é mais afetado?
Embora a ecoansiedade possa afetar pessoas de todas as idades, estudos, como o que citamos acima, mostram que jovens e adolescentes são particularmente vulneráveis. Isso se deve, em parte, ao maior acesso a informações e ao engajamento em questões ambientais desde cedo. Além disso, eles têm uma maior percepção de que viverão mais tempo no planeta e, portanto, enfrentarão as consequências das mudanças climáticas de forma mais direta.
Como lidar com a ecoansiedade?
Lidar com a ecoansiedade pode ser desafiador, mas existem algumas estratégias que podem ajudar a mitigar seus efeitos. Dentre elas:
Educação e informação
Educar-se sobre as mudanças climáticas e entender as medidas que estão sendo feitas para combatê-las. Essa ação pode ajudar a fornecer uma sensação de controle e capacitação.
Para isso, é importante escolher fontes de notícias confiáveis, evitando o possível sensacionalismo - algo que pode aumentar a ansiedade.
Engajamento e ação
Outra ação importante para lidar com a ecoansiedade está relacionada com realmente fazer algo a respeito. Ou seja, envolver-se em iniciativas ambientais locais ou globais. Afinal, sentir-se parte da solução pode reduzir a sensação de impotência.
Além disso, adotar mudanças no estilo de vida, como reduzir o consumo de plástico, economizar energia e apoiar empresas ecologicamente corretas, por exemplo, podem aumentar a sensação de bem-estar.
Foco na saúde mental
Pode ser interessante procurar apoio profissional caso a ecoansiedade esteja afetando a qualidade de vida. Também, é possível participar de grupos de apoio ou comunidades online em que seja possível compartilhar as preocupações e ouvir experiências de outras pessoas que estão passando pelo mesmo.
Para completar, pode ser importante focar no autocuidado. Dessa forma, colocar em prática técnicas de meditação, ioga e mindfulness, por exemplo, podem ajudar a gerenciar a ansiedade e promover um senso de calma.
- Veja também: Saúde mental: como promover segurança emocional nas empresas
A importância de compreender a ecoansiedade e de valorizar a ação coletiva
Além das ações individuais, é essencial reconhecer a importância da ação coletiva na luta contra as mudanças climáticas. Dessa forma, movimentos sociais e organizações não governamentais desempenham um papel vital em estimular governos e corporações a adotarem práticas mais sustentáveis. Então, participar desses movimentos pode aumentar a sensação de comunidade e propósito, além de amplificar a eficácia das ações individuais.
Por fim, vale lembrar que a ecoansiedade é uma resposta natural às ameaças percebidas pelas mudanças climáticas. Entretanto, ela não deve ser ignorada.
Assim sendo, compreender o que é e como ela se manifesta é o primeiro passo para lidar com esse sentimento. Por meio da educação, do engajamento ativo, do cuidado com a saúde mental e da adoção de práticas de autocuidado, é possível transformar a ansiedade em ação positiva.
Também, é sempre importante ressaltar que cada pequena ação conta e que, cabe à todos - pessoas físicas, empresas e demais instituições - a reconhecerem a ecoansiedade como um desafio importante e, mais do que isso, fazer a sua parte para buscar um presente e um futuro melhor.
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