Os impactos da pandemia na saúde corporativa
Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de emergência global devido à crise do coronavírus, muitas coisas mudaram no cenário da saúde corporativa.
Agora, é possível notar uma preocupação maior das empresas com o bem-estar dos colaboradores. Isso porque, além das medidas de distanciamento e isolamento social, as organizações também precisam garantir que os profissionais e suas famílias estejam saudáveis.
Hoje, vamos explorar um pouco do contexto atual da pandemia e quais foram seus impactos na saúde física e mental dos trabalhadores. Confira a seguir:
O avanço da crise do Coronavírus
Há um ano atrás, no início da pandemia do Covid-19, o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltou que a única saída para a crise seria uma estratégia de abordagem global.
“O caminho a seguir é o da solidariedade: solidariedade em nível nacional e solidariedade em nível global”, afirmou o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa em abril de 2020.
Treze meses depois, vemos imagens devastadoras na Índia, onde os hospitais estão sobrecarregados por ondas de casos do vírus e milhares de pessoas estão morrendo diariamente por falta de oxigênio. O cenário atual do mundo sugere que os avisos foram ignorados.
A Turquia, por sua vez, entrou em lockdown nacional pela primeira vez na última quinta-feira (29/04). Esse foi um passo decidido a contra-gosto pelas taxas de infecção do país, que agora são as mais altas da Europa.
Até a última semana, o Irã foi o país que relatou o maior número de mortes diárias por Covid-19, com várias cidades forçadas a lockdowns parciais para tentar conter a propagação do vírus. O presidente Hassan Rouhani afirma que o país está passando pela quarta onda de infecções.
Já na América do Sul, o Brasil apresenta o quadro mais sombrio. Com mais de 14,5 milhões de casos confirmados e quase 400 mil óbitos, o país continua tendo a maior taxa diária de mortes por coronavírus no mundo.
Os desafios da crise nas empresas
Antes, separar a vida profissional da pessoal já era uma tarefa difícil, mas agora que enfrentamos o contexto do trabalho conjunto à insegurança sanitária trazida pela pandemia, parece ser uma missão impossível. Em todas as empresas, medo e ansiedade passaram a ser sentimentos recorrentes na rotina.
Para manter os colaboradores unidos e informados a respeito do posicionamento da empresa, é fundamental se aliar à tecnologia. Em tempos de quarentena e distanciamento social, essa tem sido uma ferramenta essencial para passar por esse momento.
As empresas têm percebido cada vez mais a importância e os benefícios de programas de saúde, e por isso os softwares de gestão e Inteligência de Dados estão se tornando uma tendência global. Em meio a diversas inovações que facilitam o dia a dia no trabalho, temos como exemplo o atendimento psicológico online e a gestão de saúde dos colaboradores.
Há diversos fatores no trabalho que são geradores de doenças ocupacionais e afastamentos, mesmo sem o contexto da pandemia. Por isso, as mudanças de posicionamento empresarial chegam em boa hora e devem ressignificar os ambientes corporativos para muito além da crise que estamos vivendo.
Como o coronavírus é uma ameaça externa, as empresas não têm controle sobre a infecção de seus colaboradores. Ao invés disso, elas podem entender e controlar os seus impactos. É necessário ter atenção especial com ações que refletem cuidados para minimizar (e possivelmente eliminar) os riscos de contaminação do vírus e efeitos negativos do isolamento social sobre a produtividade.
Impactos da pandemia na saúde corporativa
Em outubro de 2020, a Vittude realizou um estudo em parceria com a Opinion Box sobre a saúde mental de trabalhadores brasileiros durante a pandemia. A pesquisa Saúde Mental em Foco contou com 2.007 pessoas entrevistadas, de todas as regiões do Brasil, com idades a partir de 16 anos.
Foram contatados especialistas de diversas áreas e segmentos, de pequenos negócios a multinacionais, com funcionários de comércio e profissionais da área da saúde. Entre os temas abordados, estavam as mudanças na rotina dos trabalhadores, os impactos da pandemia na saúde e as ações tomadas pelas organizações.
Com as mudanças e contexto da crise, a qualidade de vida pessoal/profissional passou a ser um ponto de atenção. Em relação a trabalho e produtividade:
- 32% dos participantes relataram estar de home office em tempo integral desde o início da pandemia;
- 12% esteve em home office, mas voltou para o modelo de trabalho presencial;
- 26% sente que sua produtividade é maior atualmente;
- 29% sentem que a produtividade piorou durante a quarentena;
- 48% afirmam que deixaram de fazer atividades físicas ou de lazer que traziam sensação de prazer;
- 33% consideram que houve sobrecarregamento com o acúmulo de funções;
- 24% tiveram dificuldade de tocar a rotina da casa.
Segundo a mesma pesquisa, o surto de coronavírus também teve impacto direto sobre a saúde mental dos colaboradores brasileiros. Veja alguns dos dados coletados:
- 41% dos entrevistados sentem medo intenso de que alguém próximo fique doente ou morra;
- 33% apresentaram insônia depois do início da pandemia;
- 33% começaram a sofrer com crises de ansiedade;
- 35% pararam de acompanhar notícias por se sentirem mal;
- 42% consideram que as redes sociais contribuem negativamente para quadros de ansiedade;
- 48% trabalharam em horários não convencionais (muito cedo ou muito tarde);
- 45% vivenciaram estresse por questões familiares, como cuidado com criança ou pessoa idosa;
- 62% afirmam que passaram a entender melhor a importância de cuidar da sua saúde física e mental.
O papel das empresas
Diante dos desafios que estamos enfrentando, as organizações podem contribuir de diversas formas para a qualidade de vida dos seus funcionários.
Através da gestão de saúde populacional, por exemplo, é possível acompanhar dados de utilização do plano de saúde, a frequência de consultas e gestão de atestados. Além disso, é interessante incentivar hábitos positivos para o bem-estar dos colaboradores como medida preventiva de curto a longo prazo.
Assim, é possível não só conter a disseminação do coronavírus, mas também cultivar uma rotina mais saudável no ambiente de trabalho. Durante e depois da pandemia, se espera que os funcionários recebam o suporte ideal para prosperar pessoal e profissionalmente.