Qual é o impacto das fusões e aquisições no mercado de saúde?
As fusões e aquisições tomaram conta do mercado de saúde nos últimos meses. Desde a fusão entre o Grupo NotreDame Intermédica e a Hapvida, a Rede D’or e a SulAmérica e até a aquisição de carteira de clientes entre Amil e APS, estes são apenas alguns dos exemplos das movimentações do setor nos últimos tempos.
Entretanto, nem todas as tentativas deram certo ou foram apoiadas, com algumas recebendo grandes reclamações de órgãos e consumidores e até não sendo apoiadas pela própria ANS.
Você deve estar se perguntando: Mas por que isso está acontecendo? Qual é o impacto dessas fusões e aquisições no mercado da saúde? Por que algumas não são concretizadas?
Preparamos esse artigo justamente para responder essas perguntas. Continue lendo!
Um pouco mais sobre fusões e aquisições
Fusões e aquisições sempre existiram, seja no mercado de saúde, seja em outros. Quem não se lembra da lendária fusão entre Sadia e Perdigão, a qual criou um dos gigantes do setor alimentício no Brasil?
Entretanto, existem regras para que elas possam se concretizar. No caso de empresas menores, a fusão pode ser autorizada apenas pelas sociedades de ambos negócios, porém, quando a operação implica ato de concentração econômica, ela deve ser autorizada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)
Isso porque cabe ao Cade defender a livre concorrência e prevenir a formação de monopólio. Para a fusão ser submetida a análise da autarquia, é necessário que um dos grupos tenha tido, no ano anterior, faturamento bruto anual de no mínimo R$ 400.000.000,00, ou agrupamento societário que resulte em 20% ou mais de um mercado.
Quando elas estão de acordo com as normas, fusões podem expandir serviços, fortalecer negócios e muito mais. Entretanto, há controvérsias, especialmente quando são empresas que lidam com consumidores diretos ou que atuam em mercados mais complexos, como o de saúde.
As fusões e aquisições no mercado de saúde
Como já falamos, fusões e aquisições acontecem a todo momento em diversos mercados, mas quando se trata de operações com essa característica no mercado de saúde, sobretudo no segmento dos planos de assistência médica, pode haver insegurança por parte dos consumidores e polêmicas com outros concorrentes.
Mais recentemente, tivemos as fusões entre Hapvida e GNDI, SulAmérica e Rede D’Or e a venda de planos individuais/familiares entre Amil e APS. Das citadas, apenas a primeira foi aceita e concretizada, enquanto as outras foram recusadas ou estão sendo criticadas e ainda esperando a aprovação.
Fusões podem ser boas para aumentar o faturamento e se fazer presente em diferentes mercados, mas esse tipo de negociação pode ser prejudicial ao beneficiário do plano. A união entre grandes empresas pode diminuir a oferta de produtos, reduzir a concorrência e até aumentar os valores dos planos.
Justamente por fusões e aquisições não terem a melhor reputação dentro do setor da saúde, elas podem causar insegurança nos usuários, o que os faz procurar pela portabilidade do plano e até judicializar os casos nos quais a operação gerou descumprimento de contrato.
- Leia também: Reajuste dos planos de saúde 2022: o que você precisa saber
É por isso que Cade e ANS estão sempre de olho nessas movimentações do mercado. Há sim casos positivos que trazem prosperidade econômica e até melhora nos serviços, mas também é preciso cuidar daqueles que podem desequilibrar o setor de alguma maneira.