Idosos no plano de saúde: envelhecimento populacional no Brasil

25 agosto, 2023

Não é segredo que a população mundial está envelhecendo rapidamente. Nos últimos anos, o número de idosos vem aumentando significativamente em diversos países, trazendo consigo desafios e impactos para a saúde pública e privada. 

Diante desse cenário, é essencial que os planos de saúde estejam preparados para atender às necessidades específicas dos idosos, oferecendo uma cobertura abrangente e adequada, além de programas de prevenção e promoção de saúde.

Neste artigo, vamos abordar sobre a relação entre idosos e planos de saúde, os desafios e impactos do envelhecimento populacional, bem como a importância da gestão de saúde preventiva para os cuidados com a saúde da terceira idade. Confira!

O envelhecimento populacional e seus impactos

O envelhecimento populacional é resultado de diversos fatores, como o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de natalidade. No entanto, embora seja uma conquista para a humanidade no quesito de melhora do Índice de Desenvolvimento Humano, também acarreta consequências para a saúde pública e privada.

Em relação à saúde pública, o envelhecimento da população demanda mais atenção e recursos do sistema de saúde. Doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e Alzheimer, tornam-se mais comuns entre os idosos, exigindo tratamentos prolongados e cuidados específicos. Além disso, a queda na capacidade física e a fragilidade podem levar a um aumento das internações, sobrecarregando os hospitais públicos.

Já para o setor privado, o envelhecimento populacional representa um desafio financeiro, uma vez que os idosos demandam maior atenção e utilizam mais os planos de saúde. Essa situação resulta em maiores custos para as operadoras. Em 2022, a ANS anunciou o maior aumento no índice de reajuste para planos de saúde individuais e familiares desde 2000, correspondendo a 15,5%. Já em 2023, essa taxa foi de 9,63%. Eventualmente, isso pode refletir em aumentos nas mensalidades dos beneficiários. Portanto, é necessário encontrar soluções que garantam o acesso à saúde sem onerar os idosos ou inviabilizar financeiramente as operações das operadoras de planos de saúde.

A relação entre idosos e planos de saúde

Os planos de saúde têm um papel crucial no cuidado com a saúde dos idosos. Eles proporcionam acesso a uma rede de profissionais e serviços especializados, além de oferecerem cobertura para exames, consultas e internações.

É comum que os planos de saúde cobrem valores mais altos dos idosos devido à sua faixa etária. Esses custos extras estão relacionados a alguns fatores que podem impactar o valor da mensalidade ou prêmio do plano de saúde para os usuários. Abaixo estão alguns aspectos que explicam porquê os idosos costumam pagar mais pelos planos de saúde:

Risco de saúde aumentado: Com o avanço da idade, aumenta a probabilidade de ocorrência de doenças crônicas e necessidade de cuidados médicos. Os idosos têm maior propensão a desenvolver condições de saúde como hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, além de demandarem mais tratamentos, medicamentos e consultas médicas. Como resultado, os planos de saúde consideram esse risco e ajustam os custos em conformidade.

Maior utilização de serviços de saúde: Os idosos costumam utilizar mais frequentemente os serviços de saúde, como consultas médicas, exames e hospitalizações em comparação com outras faixas etárias. O aumento na demanda por esses serviços leva a um maior custo para os planos de saúde e, consequentemente, pode resultar em mensalidades mais altas para essa faixa.

Progressão da idade: Algumas operadoras de planos de saúde estabelecem reajustes anuais com base na faixa etária. Conforme a idade avança, é comum que o valor das mensalidades aumente progressivamente.

É importante ressaltar que esses custos extras não são aplicados de forma discriminatória, mas sim refletem as necessidades e custos reais associados ao cuidado da saúde dos idosos. Também há regulamentações governamentais que estabelecem limites para esses reajustes por faixa etária, a fim de evitar aumentos exorbitantes e garantir a acessibilidade dos planos de saúde para os beneficiários.

Gestão de saúde preventiva: uma solução para lidar com o envelhecimento populacional

Diante do envelhecimento populacional e dos desafios que ele traz para a saúde pública e privada, a gestão de saúde preventiva surge como uma solução eficaz. Essa abordagem se baseia na identificação precoce de doenças e na adoção de medidas de prevenção, antes que elas se tornem crônicas ou se agravem.

Para implementar a gestão de saúde preventiva, é necessário investir no monitoramento regular da saúde dos idosos, promovendo exames de rotina e acompanhamento médico.

É fundamental lembrar que investir em cuidados preventivos e um estilo de vida saudável pode ajudar a reduzir a incidência de doenças crônicas e a necessidade de cuidados médicos intensivos, o que, por sua vez, pode impactar positivamente os custos do plano de saúde na faixa etária mais avançada.

Em conclusão, o envelhecimento populacional não deve ser encarado apenas como um desafio para a saúde suplementar, mas como uma oportunidade para repensar e aprimorar nossas abordagens em relação à saúde dos idosos para evitar os altos custos nas próximas décadas e criar um modelo de saúde populacional mais sustentável. Ao investir em programas de gestão de saúde preventiva e promover uma abordagem centrada no paciente, os planos de saúde podem não apenas garantir a qualidade de vida dos idosos, mas também reduzir custos a longo prazo.

É mais do que necessário reconhecer a importância de valorizar e cuidar da saúde da terceira idade, buscando soluções que atendam às suas necessidades específicas e proporcionem um envelhecimento saudável e digno.

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