Terapias especiais no plano de saúde: o que são?

Daniela Hendler
17/7/2024

A saúde é um campo vasto e complexo que exige cuidados e tratamentos específicos para cada condição. Nos últimos anos, as terapias especiais têm ganhado destaque, especialmente no contexto dos planos de saúde.

Essas terapias englobam tratamentos especializados e multidisciplinares que vão além dos cuidados convencionais, atendendo a pacientes com necessidades específicas, como os diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Assim sendo, aqui vamos explicar mais sobre o que são terapias especiais, sua importância, os desafios enfrentados pelas operadoras de planos de saúde e as melhores práticas adotadas internacionalmente, com foco na experiência americana. Acompanhe e tire todas as dúvidas sobre o assunto! 

O que são terapias especiais?

Terapias especiais são tratamentos que demandam uma abordagem diferenciada, geralmente envolvendo múltiplos profissionais e técnicas especializadas. 

Dessa forma, esses tratamentos costumam ser essenciais para pacientes com condições crônicas ou complexas, que requerem cuidados contínuos e específicos. Assim sendo, alguns exemplos de terapias especiais incluem:

  • Comportamentais: como a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) para pessoas diagnosticadas com TEA.
  • Físicas: geralmente recomendadas para pacientes com problemas de mobilidade ou recuperação pós-cirúrgica.
  • Ocupacionais: costumam ser focadas em ajudar pacientes a realizar atividades diárias de forma independente.
  • De linguagem e fala: recomendadas para pacientes com dificuldades de comunicação.

Gestão de terapias especiais em operadoras de planos de saúde

O foco nas terapias especiais está tão em alta que, durante o SUESC (Simpósio das Unimeds do Estado de Santa Catarina), foi promovido um workshop que debateu a jornada do cuidado e a rede de atendimento em terapias especiais, com foco no tratamento de pacientes com TEA. Fernando Carbonieri, Diretor Médico da Wellbe, marcou presença no evento e destacou que lá foi reforçada a necessidade de um gerenciamento eficaz dessas terapias por parte das operadoras de planos de saúde no Brasil.

Ainda durante o evento, a mestre em psicologia, Layla Sump, especialista em ABA, compartilhou sua experiência americana, ressaltando a importância da intervenção precoce e de alta qualidade para alcançar os objetivos terapêuticos. Além disso, ela enfatizou que, embora os custos iniciais sejam elevados, a longo prazo há uma economia significativa, tanto financeira quanto em termos de qualidade de vida dos pacientes.

Ou seja, o custo-benefício da intervenção precoce é um ponto-chave. Dessa forma, há o reforço de que: investir em terapias de alta qualidade desde cedo pode reduzir significativamente os gastos futuros.

Por fim, a profissional também destacou que a personalização do tratamento é essencial. Nos Estados Unidos, por exemplo, o modelo ABA é amplamente utilizado para o tratamento de crianças com autismo, e sua eficácia tem sido comprovada em diversos estudos.

- Veja também: Melhores práticas para operadoras aprimorarem serviços de saúde

Etapas do tratamento de terapias especiais

O tratamento em terapias especiais é composto por várias etapas, cada uma essencial para o sucesso do cuidado ao paciente. Dessa forma, essas etapas incluem:

1. Avaliação inicial: diagnóstico e entendimento das necessidades específicas do paciente.

2. Intervenção: implementação do plano terapêutico, que pode incluir sessões de ABA, fisioterapia, terapia ocupacional, entre outras.

3. Supervisão: monitoramento contínuo do progresso do paciente e ajustes no plano de tratamento conforme necessário.

4. Monitoramento dos pais/cuidadores: educação e apoio aos familiares para garantir a continuidade do tratamento em casa.

Ferramentas de avaliação e diretrizes

A experiência americana na gestão de terapias especiais destaca a importância de utilizar ferramentas de avaliação robustas e diretrizes claras para a indicação de horas de tratamento e critérios de alta. Dessa forma, pensando no Brasil, a implementação dessas práticas também pode ajudar a padronizar o atendimento e a garantir que os pacientes recebam o cuidado adequado.

Desafios para as operadoras de planos de saúde

As operadoras de planos de saúde enfrentam diversos desafios na gestão de terapias especiais, por exemplo:

  • Autorização de serviços: processos burocráticos e a necessidade de autorizações prévias podem atrasar o início do tratamento.
  • Treinamento de profissionais: a falta de profissionais qualificados e treinados especificamente em terapias especiais pode comprometer a qualidade do atendimento.
  • Judicialização do tratamento: em muitos casos, as operadoras enfrentam processos judiciais movidos por pacientes que não conseguem acesso imediato às terapias necessárias.
  • Custos: o alto custo das terapias especiais é um desafio significativo, exigindo uma gestão financeira eficiente por parte das operadoras.

Boas práticas para a implementação no Brasil

Para que as operadoras de planos de saúde brasileiras possam melhorar a gestão de terapias especiais, é essencial adotar algumas das melhores práticas observadas internacionalmente, como:

  • Investimento em treinamento: capacitar profissionais de saúde para oferecerem tratamentos especializados e de qualidade.
  • Protocolos de avaliação: desenvolver e implementar ferramentas de avaliação padronizadas para diagnosticar e planejar o tratamento de pacientes.
  • Parcerias internacionais: buscar colaborações com instituições e especialistas internacionais para trazer novas técnicas e conhecimentos ao Brasil.
  • Políticas de autorização: simplificar e agilizar o processo de autorização de tratamentos, garantindo que os pacientes recebam atendimento rapidamente.

Assim sendo, com todas essas informações, é possível compreender que as terapias especiais desempenham um papel fundamental no tratamento de pacientes com condições complexas e crônicas

Além disso, no contexto dos planos de saúde, a gestão eficiente dessas terapias se torna cada vez mais importante para garantir a qualidade do atendimento e a sustentabilidade financeira das operadoras

Dessa forma, aprender com a experiência internacional e adotar boas práticas pode ajudar a superar os desafios e melhorar a vida dos pacientes no Brasil. Então, ao investir em treinamento, padronização e parcerias, as operadoras podem oferecer tratamentos de alta qualidade e contribuir para o avanço da saúde no país.

E então, gostou de conhecer mais sobre as terapias especiais? Para ficar sempre por dentro do que há de novo no setor da saúde, continue acompanhando o nosso blog e nos siga no Instagram!

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