Vacina da gripe 2025: tudo sobre a campanha anual
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A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe 2025 já está em andamento em quase todo o país. Com início no dia 7 de abril, a ação marca mais um passo importante na proteção da população contra o vírus influenza — especialmente nos meses de outono e inverno, quando a circulação do vírus se intensifica.
Entretanto, neste ano, a campanha veio acompanhada de uma mudança histórica: pela primeira vez, a vacina passa a ser oferecida de forma permanente nas unidades básicas de saúde (UBS) para os grupos prioritários. Isso quer dizer que, além do período sazonal, será possível se vacinar o ano inteiro, sempre que necessário.
Por que é tão importante se vacinar?
Todos os anos, milhares de pessoas são hospitalizadas por complicações causadas pelo vírus da gripe. De acordo com estudos internacionais, a vacinação é capaz de reduzir de forma significativa esse risco, sobretudo entre os grupos mais vulneráveis. Por exemplo, entre pessoas com comorbidades, a diminuição no número de internações pode chegar a quase 60%.
Além disso, crianças pequenas e idosos — dois públicos particularmente sensíveis — também se beneficiam com a vacinação, com quedas importantes nas taxas de complicações. Diante disso, a imunização anual continua sendo a principal estratégia para evitar formas graves da doença e reduzir o impacto sobre o sistema de saúde.
Dois calendários distintos: entenda como funciona a campanha em 2025
A vacinação contra a gripe ocorre em momentos diferentes do ano, de acordo com a região do país. Essa divisão leva em conta o comportamento sazonal do vírus em cada localidade:
- Nas regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste, a campanha ocorre entre março e abril, período que antecede o pico da doença.
- Já na região Norte, onde o chamado “inverno amazônico” ocorre entre setembro e novembro, a imunização está prevista para o segundo semestre.
Mesmo assim, com a ampliação do acesso à vacina nas UBS, o público prioritário poderá se vacinar fora desses períodos, o que representa um avanço significativo na política de saúde pública.
Composição da vacina da gripe: o que ela protege?
A vacina distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) neste ano é a trivalente, ou seja, protege contra três cepas do vírus influenza: dois tipos de Influenza A (H1N1 e H3N2) e um tipo de Influenza B. Essas variantes representam a maior parte das infecções registradas no país.
Na rede particular, por outro lado, é possível encontrar a versão quadrivalente, que oferece cobertura adicional contra uma segunda cepa do vírus B, proporcionando uma proteção ligeiramente mais ampla.
Quem pode tomar a vacina da gripe pelo SUS?
A vacinação gratuita está disponível para os chamados grupos prioritários, definidos com base em critérios epidemiológicos e sociais. Fazem parte desse grupo:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos, e crianças indígenas até 9 anos;
- Gestantes e puérperas (até 45 dias após o parto);
- Trabalhadores da saúde;
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Indivíduos com doenças crônicas e outras condições clínicas especiais;
- Pessoas com deficiência permanente;
- Professores da rede pública e privada;
- Profissionais das forças de segurança e das Forças Armadas;
- Caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo e portuários;
- Pessoas em situação de rua, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional
Vale destacar que, mesmo fora desses grupos, qualquer pessoa pode se vacinar na rede privada.
Como funciona o esquema vacinal?
O número de doses depende da idade e do histórico vacinal da pessoa. Veja como é feito:
- Crianças de 6 meses a 8 anos recebem duas doses na primeira vez em que são vacinadas, com intervalo de 30 dias entre elas. Nos anos seguintes, passam a receber apenas uma dose anual;
- Pessoas com 9 anos ou mais tomam uma dose por ano;
- Em algumas situações específicas — como surtos, presença de comorbidades ou imunossupressão — uma segunda dose pode ser indicada no mesmo ano, com intervalo mínimo de três meses após a primeira.
Mesmo vacinado em 2024, é preciso se imunizar novamente contra a gripe?
Sim. A vacina da gripe é atualizada todos os anos, conforme as cepas virais que estão em maior circulação. Por isso, tomar a vacina anualmente é fundamental, mesmo que você já tenha se vacinado em campanhas anteriores. Essa atualização segue recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Posso tomar a vacina da gripe junto com outras?
Sim! A vacina contra a gripe pode ser aplicada no mesmo dia de outras vacinas, como a da Covid-19 ou da dengue, sem a necessidade de aguardar intervalos entre elas. Essa medida facilita a adesão à vacinação e evita a perda de oportunidades, especialmente entre os públicos que precisam se deslocar até uma UBS.
E os efeitos colaterais, existem?
A boa notícia é que reações adversas são incomuns. Quando acontecem, são geralmente leves e de curta duração. Os sintomas mais comuns são:
- Dor no local da aplicação;
- Febre baixa;
- Mal-estar geral;
- Dor muscular.
Esses sinais costumam desaparecer em até 48 horas após a aplicação e não comprometem o bem-estar da maioria das pessoas vacinadas.
E se eu estiver doente, posso tomar a vacina?
Depende. Caso esteja com sintomas de gripe, a recomendação é aguardar cerca de 30 dias após o início dos sintomas para receber a vacina. Já no caso da Covid-19, o ideal é esperar 48 horas após o fim da febre ou de outros sintomas iniciais, para garantir uma recuperação completa antes da imunização.
E se eu não estiver no grupo prioritário?
Neste primeiro momento da campanha, o foco do SUS é atingir 90% de cobertura vacinal entre os grupos prioritários. No entanto, algumas prefeituras podem, ao longo do ano, estender a vacinação para outros públicos, conforme a disponibilidade de doses.
Enquanto isso, a alternativa é buscar a vacina na rede privada. Nesse caso, é possível optar pela versão quadrivalente, que oferece proteção extra e está disponível em clínicas particulares de vacinação.
Proteger-se é um gesto de cuidado coletivo
Mais do que proteger o indivíduo, a vacinação contra a gripe ajuda a reduzir a transmissão do vírus na comunidade e evita a sobrecarga nos serviços de saúde, especialmente durante os períodos de maior circulação viral. Além disso, com a inclusão da vacina no calendário anual permanente nas UBS, o acesso se torna mais democrático e eficaz.
Portanto, se você faz parte dos grupos prioritários, não espere o inverno chegar: procure a unidade de saúde mais próxima e garanta sua imunização. E mesmo que não esteja incluído nesse grupo, considere a vacinação na rede privada como uma medida de proteção pessoal — e também como um ato de responsabilidade social.