O avanço das Health Techs no Brasil

22 janeiro, 2021

O mercado da saúde no Brasil se mostra aberto à novas tecnologias, embora busque uma disrupção significativa. A limitação ao implantar novas tecnologias parte, na maioria das vezes, de uma visão limitada da gestão, que não entende a saúde como um mercado. As Health Techs são um bom exemplo de como as inovações tecnológicas influenciam até a maneira com que cuidamos da saúde.

Ao identificar que os serviços médicos e de saúde poderiam ser otimizados integrando sistemas, dispositivos, procedimentos e até mesmo medicamentos que levam inovação tecnológica do início ao fim, com a finalidade de facilitar processos de gestão, prevenir e diagnosticar doenças, melhorar a qualidade de vida e ampliar a acessibilidade aos serviços, essas empresas dominaram o mercado e mantêm projeções positivas de crescimento para o futuro.

Health Tech e a expansão do mercado da saúde

Embora implementada recentemente, a tecnologia a serviço da saúde impacta consideravelmente o setor. Além disso, a tendência mundial é continuar apresentando taxas positivas de investimento. A publicação Medicina S/A apontou que, em 2019, cerca de 85% dos hospitais já planejavam destinar parte de suas verbas em vários serviços de comunicação e tecnologia no Brasil. Já a Global Health Care Outlook 2019 acrescenta que os gastos com saúde no mundo devem aumentar aproximadamente 5,4% ao ano até 2022. 

A facilidade em ofertar serviços em saúde através da ascensão tecnológica no setor faz com que, cada vez mais, a demanda por tecnologia se torne uma tendência, chamando a atenção de outros setores econômicos, como fundos de investimento, por exemplo. O aquecimento do mercado oportuniza o desenvolvimento de iniciativas empresariais, transformando o Brasil em um potencial mercado de investimento em Health Techs. Dados da Startupbase apontam, no ano de 2019, mais de 400 startups que oferecem soluções em saúde.

Big Data

O Big Data traz a análise de dados automatizada, possibilitando detectar fatores de risco, epidemias, novos tratamentos, além de recomendar prevenções. A análise dos dados possibilita a antecipação e, assim, o setor tem a possibilidade de se manter sempre atualizado, identificando a partir do usuário as regras para implementar novos softwares e sistemas. Ao criar modelos preditivos, é possível otimizar o direcionamento de recursos e unir dados de diferentes unidades. Nos negócios, a comparação dos dados faz com que as decisões sejam mais assertivas e os investimentos mais eficazes.

O SUS (Sistema Único de Saúde) implementou no Brasil o DATASUS — uma base de dados governamental que agrega informações do sistema de saúde pública. Com os dados disponibilizados, é possível estabelecer análises que, além de entregarem informações mais assertivas sobre sobrevivência de pacientes ou os índices de mortalidade, auxiliam na criação de programas governamentais.

Inteligência Artificial e Robótica

A automação está facilitando os processos em diversas áreas. Quanto mais as máquinas aprendem, maiores são os passos dados em direção à tecnologias como a robótica e a inteligência artificial sendo utilizadas para o diagnóstico e tratamento de doenças. 

A personalização e a aproximação possibilitada através da inteligência artificial, evidenciam a urgência da adequação, visando sustentar o crescimento de negócios na área. Para se ter uma ideia, em 2015 o faturamento global de sistemas de inteligência artificial era pouco maior que U$800 milhões, enquanto a previsão para este ano ultrapassa os U$6,5 bilhões, segundo Frost & Sullivan.

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Acessibilidade e era mobile

A internet facilitou a maneira com que as pessoas buscam e encontram informações. Mais da metade das pessoas que realizam pesquisas online o fazem através de um dispositivo mobile (celular ou tablet). Junte isso ao fato de que um em cada dez brasileiros utiliza a internet para buscar informações sobre suas condições de saúde (Instituto IPSOS/London School of Economics) e você tem a ferramenta de maior engajamento das pessoas aliada aos negócios no setor de saúde.

Dentre as atividades facilitadas por interfaces de aplicativos mobile estão o agendamento de consultas médicas, check-in, anexo de histórico médico, obtenção de laudos e resultados de exames, entre outras. É o caso do digiSUS, o aplicativo criado pelo Governo Federal com a finalidade de agilizar os processo na rede pública de saúde. Um estudo apontou que os aplicativos podem reduzir em até 40% a readmissão hospitalar, caso sejam utilizados para o controle de parâmetros médicos.

Wearables

Os modelos wearables mais populares vêm em formato de relógio, pulseira, óculos de RV ou até em sistemas diretamente acoplados em peças de roupas. Inicialmente idealizados para monitorar sinais vitais básicos, como batimentos cardíacos, hoje as possibilidades são diversas e sua aplicação pode servir diferentes interesses, como monitoramento de localização em tempo real, entre outros.

Os dispositivos wearables trazem possibilidades mais cômodas ao usuário, por serem incorporados à rotina diária de quem usa. Através da tecnologia wireless, sensores e outras tecnologias, os dados são integrados e enviados praticamente em tempo real, tornando atualizações de aprimoramento em um processo simplificado e eficaz.

Oportunidades e desafios

Ao passo em que as tecnologias tornam-se mais acessíveis, a indústria da saúde acompanha esse ritmo e expande suas possibilidades. Embora muitos gestores não sejam capazes de encarar organizações no ramo da saúde como negócios, é importante compreender que investir em tecnologias adequadas pode facilitar as rotinas profissionais, bem como transformar o modelo organizacional da empresa em algo mais sustentável e rentável.

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