Nos últimos tempos, as operadoras têm estudado a possibilidade de oferecer contratos de planos de saúde sem internação. Ou seja: convênios limitados a consultas e exames, excluindo tratamentos hospitalares complexos. 

Isso acontece porque, com o sistema de saúde apresentando sinais de sobrecarga, surge a necessidade de buscar alternativas que ofereçam um atendimento de qualidade, mas que não precisem contemplar todos os serviços de saúde – como é o caso da internação, por exemplo.

Assim sendo, aqui vamos falar mais sobre os planos de saúde sem internação e explicar como eles funcionam. Além disso, confira os prós e contras dessa modalidade, assim como as motivações e os possíveis impactos a essa iniciativa. Acompanhe!

O que são planos de saúde sem internação?

Os planos de saúde sem internação são modalidades de planos que oferecem cobertura para diversos procedimentos médicos, exames e consultas, mas excluem a internação hospitalar. Assim sendo, são uma alternativa para aqueles que desejam ter acesso a cuidados de saúde de qualidade, porém, sem o acesso ao internamento hospitalar.

Esses planos geralmente cobrem consultas médicas, exames laboratoriais, tratamentos ambulatoriais, terapias, entre outros serviços que não requerem internação. Dessa forma, os beneficiários podem receber o atendimento necessário sem a necessidade de ocupar um leito hospitalar.

Planos de saúde sem internação: contexto em que surgiu essa possibilidade

De acordo com uma pesquisa feita pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS) o custo com internações continua sendo o principal gasto assistencial na saúde. Para se ter uma ideia, os valores médios gastos com uma internação aumentaram de R$6.455 em 2019 para R$10.153 em 2022. Assim sendo, esses dados apenas reforçam o quanto as internações são custosas para o setor.

Para completar, a proposta dos planos de saúde sem internação ganha ainda mais força diante de um cenário em que está acontecendo uma série de cancelamentos unilaterais de planos, afetando muitos beneficiários ao redor de todo o país.

Além disso, as operadoras chegaram a cortar 90% dos planos de saúde familiares nos últimos tempos, mais um fator que reforça a necessidade de repensar modelos sustentáveis para o convênio.

Neste cenário, os planos de saúde sem internação buscam oferecer uma alternativa mais acessível à população. Porém, ao mesmo tempo levanta questões importantes sobre a segurança e a eficácia desse tipo de cobertura. Entenda mais:

Vantagens dos planos de saúde sem internação

• Custos reduzidos: sem a cobertura de internação, os planos podem ser mais baratos, tornando-os mais acessíveis a uma parcela maior da população.
• Foco na prevenção: incentiva a realização de consultas e exames preventivos, ajudando na detecção precoce de doenças.
• Flexibilidade: oferece uma opção para quem busca apenas cobertura básica e tem condições de arcar com custos de internação de forma particular ou por meio de outros recursos.

– Veja também: A importância da prevenção para reduzir as internações

Desafios dos planos de saúde sem internação

• Exclusão de tratamentos importantes: internações, muitas vezes necessárias em situações de emergência ou para tratamentos complexos, não estariam cobertas, deixando os beneficiários vulneráveis.
• Insegurança jurídica: consumidores podem enfrentar incertezas e desafios legais na interpretação dos limites dessas novas modalidades de contrato.
• Possíveis aumentos de despesas: beneficiários podem acabar gastando mais em caso de necessidade de internação, o que pode comprometer sua saúde financeira.

Assim sendo, ao conhecer os principais desafios dos planos de saúde sem internação, é essencial definir claramente os limites desses planos para evitar ambiguidades e garantir a proteção dos beneficiários. Afinal, o objetivo final é facilitar o acesso à saúde, e não complicá-lo.  

Quem pode se beneficiar dos planos de saúde sem internação

Os planos de saúde sem internação podem ser benéficos para diversos perfis de beneficiários. Para pessoas saudáveis que não têm histórico de problemas de saúde que demandem internação, por exemplo, esse tipo de plano pode ser uma opção interessante.

Além disso, pessoas que preferem buscar atendimento fora do ambiente hospitalar também podem se beneficiar desses planos. Isso porque, se o beneficiário tem preferência por médicos ou especialistas específicos, os planos sem internação podem oferecer a liberdade de escolha.

Por fim, os planos de saúde sem internação também podem ser recomendados para pessoas que buscam uma opção mais acessível. Afinal, como mencionado anteriormente, esses planos costumam ter mensalidades mais baixas em comparação aos planos tradicionais com cobertura hospitalar.

Como escolher o melhor plano de saúde sem internação

Para escolher o melhor plano sem internação é importante considerar alguns fatores. Assim sendo, o primeiro passo é fazer uma lista dos procedimentos e serviços médicos mais utilizados e conferir se o plano escolhido oferece cobertura para esses itens.

Além disso, é importante levar em consideração o preço e a mensalidade do plano. É recomendado fazer uma comparação entre diferentes operadoras e planos para encontrar a opção mais acessível que atenda às necessidades de cada beneficiário. No entanto, o preço não deve ser o único critério de escolha, pois a qualidade do atendimento e a cobertura oferecida também são importantes.

Outro aspecto a ser considerado é a rede credenciada de hospitais e clínicas. Isso significa verificar se os locais que os beneficiários costumam utilizar estão incluídos na rede do plano de saúde sem internação. Por fim, caso existam preferências por profissionais específicos, vale verificar se eles estão credenciados ao plano que está sendo considerado. 

O que esperar para os próximos passos?

A implementação de planos de saúde sem cobertura de internação representa uma mudança significativa no setor. Enquanto oferece uma alternativa econômica, também traz consigo preocupações sobre a segurança e a eficácia da assistência à saúde. 

Neste cenário, o equilíbrio entre acessibilidade e proteção dos beneficiários deve ser cuidadosamente considerado na regulamentação e oferta desses novos contratos. Vale lembrar que a possibilidade da implementação dos planos de saúde sem internação é apenas mais uma das mudanças que podem acontecer no cenário da saúde suplementar. 

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