Saúde mental no trabalho: nova norma é adiada

A saúde mental no ambiente de trabalho ganhou atenção especial nos últimos anos, e, recentemente, uma importante atualização estava prevista para entrar em vigor no Brasil. Estamos falando da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que traz diretrizes específicas sobre saúde mental, assédio, metas abusivas e jornadas exaustivas nas empresas.
Originalmente, a norma começaria a valer em maio de 2025, com força legal. No entanto, o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou o adiamento por um ano, prorrogando a obrigatoriedade para 26 de maio de 2026. Dessa forma, até lá, as medidas terão caráter apenas orientativo, e as empresas não serão multadas se não seguirem as novas recomendações.
A decisão gerou reações diversas no setor produtivo, entre especialistas em saúde do trabalho, recursos humanos e trabalhadores. Então, mais do que nunca, este é um momento estratégico para refletir sobre a importância da saúde mental no ambiente corporativo e o papel das empresas em promover um ambiente saudável — mesmo sem a obrigatoriedade legal. Acompanhe!
Saúde mental no trabalho: a urgência do tema
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil lidera o ranking de país com mais ansiedade do mundo. Inclusive, no total, são mais de 18 milhões de brasileiros que sofrem com esse transtorno, representando cerca de 9,3% da população.
Além disso, a OMS também traz dados que revelam que, na América Latina, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão, sendo que essa é a principal causa de incapacidade em todo o mundo.
Então, em um cenário como esse, postergar ações estruturais para promover o bem-estar emocional nas empresas pode custar caro — em produtividade, clima organizacional e na imagem da empresa perante ao mercado.
- Veja também: Afastamentos por saúde mental no Brasil
O que muda com a nova NR-1?
A NR-1 trata das disposições gerais de segurança e saúde no trabalho e passou por uma atualização relevante. A nova versão inclui a obrigação de que empresas adotem medidas para promover um ambiente psicologicamente seguro. Isso significa reconhecer e prevenir:
- Metas abusivas ou inatingíveis;
- Jornadas excessivas e desequilibradas;
- Casos de assédio moral e pressão sistemática;
- Ausência de canais de escuta e acolhimento;
- Riscos psicossociais que possam impactar a saúde emocional.
Com a mudança, os empregadores passam a ter responsabilidade mais explícita sobre o impacto emocional do trabalho nas equipes. Mas, com o adiamento, a aplicação da norma será apenas educativa até maio de 2026.
Por que o governo decidiu adiar a norma?
Segundo o Ministério do Trabalho, a prorrogação atende a pedidos de empresas e entidades patronais, que alegaram necessidade de mais tempo para ajustes internos e adaptação das rotinas de gestão. Afinal, a implementação das novas diretrizes envolve uma transformação estrutural que inclui treinamentos, revisão de metas, fortalecimento da saúde ocupacional e mudanças na cultura organizacional.
O governo optou, portanto, por conceder esse prazo adicional, reforçando que o período servirá para conscientização, preparo e orientação.
O que o adiamento da NR-1 significa na prática?
Durante o período orientativo, as empresas não serão autuadas nem multadas se não cumprirem os itens da nova NR-1 relacionados à saúde mental. No entanto, isso não significa impunidade total: casos graves de assédio, negligência ou adoecimento continuam sujeitos a denúncias e ações trabalhistas com base em outras legislações vigentes.
Além disso, o adiamento não impede que as empresas comecem a aplicar as boas práticas descritas na norma. Pelo contrário: pode ser um diferencial competitivo e reputacional.
O que as empresas podem fazer agora?
Mesmo sem a obrigação legal, cuidar da saúde mental dos colaboradores é uma atitude estratégica e responsável. Assim sendo, algumas ações práticas que podem ser iniciadas desde já incluem:
- Revisar políticas de metas e produtividade, garantindo que sejam desafiadoras, mas realistas;
- Oferecer canais de escuta ativa, com sigilo e segurança, para denúncias e acolhimento emocional;
- Promover treinamentos sobre liderança empática e prevenção ao assédio;
- Realizar diagnósticos periódicos do clima organizacional e saúde emocional;
- Investir em programas de saúde mental, com apoio psicológico e campanhas educativas.
Essas iniciativas não apenas reduzem o risco de adoecimento como também fortalecem o engajamento das equipes, reduzem o turnover e melhoram a performance organizacional.
Saúde mental no trabalho: como a tecnologia pode ajudar?
A tecnologia tem se mostrado uma grande aliada na construção de ambientes mais saudáveis e na gestão de saúde corporativa baseada em dados. Plataformas como a da Wellbe permitem que empresas:
- Monitorem indicadores de saúde emocional;
- Identifiquem sinais precoces de sofrimento psíquico;
- Planejem ações de saúde personalizadas para diferentes grupos de colaboradores;
- Acompanhem os resultados das iniciativas de bem-estar.
Ao reunir informações de diferentes fontes — como absenteísmo, uso do plano de saúde, perfil de risco e clima organizacional — a empresa consegue agir com mais precisão, mais agilidade e mais impacto.
Um chamado à responsabilidade
O adiamento da nova NR-1 não deve ser interpretado como um alívio para as empresas, mas sim como uma oportunidade de agir com responsabilidade antes que a obrigatoriedade entre em vigor. O cuidado com a saúde mental no trabalho não é apenas uma exigência legal, é uma demanda ética, estratégica e social.
Empresas que se antecipam e constroem uma cultura de segurança psicológica estarão melhor preparadas para o futuro, com equipes mais saudáveis, engajadas e produtivas. E, mais importante: contribuirão para um mundo do trabalho mais humano e sustentável.
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